terça-feira, 10 de fevereiro de 2015

El Niño

Os fenómenos El Niño são alterações significativas de curta duração (15 a 18 meses) na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima.

O El Niño foi originalmente reconhecido por pescadores da costa oeste da América do Sul, observando baixas capturas, à ocorrência de temperaturas mais altas que o normal no mar, normalmente no fim do ano – daí a designação, que significa “O Menino”, referindo-se ao “Menino Jesus”, relacionado com o Natal.

Durante um ano “normal”, ou seja, sem a existência do fenómeno El Niño, os ventos alísios sopram no sentido oeste através do Oceano Pacífico tropical, originando um excesso de água no Pacífico ocidental, de tal modo que a superfície do mar é cerca de meio metro mais alta nas costas da Indonésia que no Equador. Isto provoca a ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental da América do Sul, que alimentam o ecossistema marinho, promovendo imensas populações depeixes – a pescaria de anchoveta no Chile e Peru já foi a maior do mundo, com uma captura superior a 12 milhões de toneladas por ano. Estes peixes, por sua vez, também servem de sustento aos pássaros marinhos abundantes, cujas fezes depositadas em terra, o guano, servem de matéria prima para a indústria de fertilizantes.

Quando acontece um El Niño, que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul e, consequentemente, na diminuição da produtividade primária e das populações de peixe.

Fonte: pt.depositphotos.com/



La Niña é o fenómeno inverso, caracterizado por temperaturas anormalmente frias, também no fim do ano, na região equatorial do Oceano Pacifico, muitas vezes (mas não sempre) seguindo-se a um El Niño. Também já foi denominado como “El Viejo” (“O Velho”, ou seja, a antítese do “menino”) ou ainda o “Anti-El Niño”.




sábado, 7 de fevereiro de 2015

Varvitos


Varvito com fraturas seguindo alguns planos de deposição, Parque Varvito, em Itu, SP. Fonte:Turismo Independente.


Conhecidos por gerarem um registo rítmico de deposição, os varvitos são rochas sedimentares formadas a partir de depósitos de argila e silte em lagos de regiões glaciais.


Eles possuem uma intercalação de lâminas de cor cinza claro, geralmente de granulometria mais grossa, e lâminas cinza escuro, mais finas. Essas variações marcariam justamente as mudanças de estação: no verão, com o degelo, sedimentos de tamanho maior são carregados para o lago glacial, formando lâminas ou camadas de cor cinza claro, normalmente tamanho silte, enquanto no inverno, como a superfície do lago congela e cessa o aporte sedimentar, ocorre apenas a decantação da argila que estava em suspensão na água, formando camadas ou lâminas cinza-escuras. Quando volta o verão, surge novamente o fluxo de água com um pouco mais de energia e torna a aumentar o tamanho dos grãos depositados, gerando novos níveis siltosos. Um intervalo claro mais espesso que os demais indica a ocorrência de um verão mais quente ou prolongado, ao mesmo tempo que intervalos cinza escuro mais espessos sugerem uma predominância do inverno. Cada conjunto recebe o nome de varve (daí chamar-se a rocha de varvito) e corresponde à deposição de sedimentos no lago em um ano.



Lâminas mais claras intercaladas com mais escuras, características dos varvitos. Parque do Varvito, em Itu, SP. Fonte: André Bonacin.

Fonte:http://www.xistojunior.com/2014/10/geocuriosidades-varvitos.html

Biostratigrafia

Biostratigrafia- baseia-se no estudo do conteúdo fóssil presente nas camadas.


Princípio da Identidade Paleontológica
Se dois estratos tiverem o mesmo conteúdo fossilífero, têm a mesma datação. Neste princípio a existência de espécies que tenham evoluído de forma relativamente rápida e com distribuição geográfica o mais ampla possível – fósseis característicos – ajudam na interpretação deste parâmetro.



Litostratigrafia


Litostratigrafia- estudo das camadas baseado nas propriedades físicas e químicas das rochas. 


Princípios Litóstratigráficos

Principio Sobreposição
Segundo este princípio, em qualquer sequência a camada mais jovem é aquela que se encontra no topo da sequência. As camadas inferiores são progressivamente mais antigas. Este princípio pode ser aplicado em depósitos sedimentares formados por acreção vertical, mas não naqueles em que a acreção é lateral (por exemplo em terraços fluviais). O princípio da sobreposição das camadas é válido para as rochas sedimentares e vulcânicas que se formam por acumulação vertical de material, mas não pode ser aplicado a rochas intrusivas e deve ser aplicado com cautela às rochas metamórficas.




Princípio da Horizontalidade
O princípio da horizontalidade original afirma que a deposição de sedimentos ocorre em leitos horizontais. A observação de sedimentos marinhos e não marinhos numa grande variedade de ambientes suporta a generalização do princípio.






Princípio da Intersecção
Um filão ou uma intrusão magmática é sempre posterior ás formações rochosa que atravessa.




Principio da Continuidade Lateral
Um estrato tem sempre a mesma idade ao longo de toda a sua extensão, independentemente da ocorrência da variação horizontal de fáceis. Uma camada limitada por um muro e por um tecto e definida por uma certa fáceis tem a mesma idade ao longo de toda a sua extensão lateral.





Princípio da Inclusão
Um fragmento de uma determinada rocha é sempre mais antigo do que a rocha onde está inserido.




Através de princípios básicos, os geólogos conseguem interpretar os estratos sedimentares e conhecer as histórias que estes albergam, nomeadamente sobre formas de vida do passado da Terra e também sobre os grandes conhecimentos geológicos.

sexta-feira, 6 de fevereiro de 2015

Fosseis e processos de fossilização

Os fósseis são restos de seres vivos ou vestígios de atividades biológicas (ovos, pegadas, etc.) preservados nos sistemas naturais. Entende-se por "sistemas naturais" aqueles contextos em que o processo de preservação não resulta da ação antrópica, podendo o fóssil ser preservado em sedimentos, rochas, gelo, piche, âmbar, solos, cavernas, etc. Preservam-se como moldes do corpo ou partes do próprio ser vivo, seus rastros e pegadas. A totalidade dos fósseis e sua colocação nas formações rochosas e camadas sedimentares é conhecido como registo fóssil. A palavra "fóssil" deriva do termo latino fossilis que significa "desenterrado" ou "extraído da terra". A ciência que estuda os fósseis é a Paleontologia.

Processos de fossilização
A mumificação é o mais raro processo de fossilização. Pode ser:
-Total - quando o ser vivo é envolvido por uma substância impermeável (por exemplo: resina, gelo) que impede a sua decomposição.
-Parcial - quando as formações duras (carapaças, conchas, etc) de alguns organismos permanecem incluídas nas rochas por resistirem à decomposição.


Mineralização
Este processo, também denominado de petrificação, consiste literalmente na substituição gradual dos restos orgânicos de um ser vivo por matéria mineral, rocha, ou na formação de um molde desses restos, mantendo com alguma perfeição as características do ser. Ocorre quando o organismo é coberto rapidamente por sedimento após a morte ou após o processo inicial de deterioração. O grau de deterioração ou decomposição do organismo quando recoberto, determina os detalhes do fóssil, alguns consistem apenas em restos esqueléticos ou dentes; outros fósseis contêm restos de pele, penas ou até tecidos moles. Uma vez coberto com camadas de sedimentos, as mesmas compactam-se lentamente até formarem rochas, depois, os compostos químicos podem ser lentamente trocados por outros compostos. Ex.: carbonato por sílica.


Moldagem
Consiste no desaparecimento total das partes moles e duras do ser vivo, ficando nas rochas um molde das suas partes duras. O molde pode ser:
Molde externo - quando a parte exterior do ser vivo desaparece deixando a sua forma gravada nas rochas que o envolveram.
Molde interno - os sedimentos entram no interior da parte dura e quando esta desaparece fica o molde da parte interna.


Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/F%C3%B3ssil

Para determinar a idade da maioria das rochas sedimentares, o estudo científico dos fósseis contidos nelas é fundamental. Os fósseis dão-nos importantes evidências que ajudam a determinar o que aconteceu ao longo da história da Terra e quando aconteceu.